O SindSaúde conclama os profissionais de comunicação, jornalistas/repórteres catarinenses para que prezem pela ética profissional e divulguem os fatos com veracidade. Repudiamos a postura antiética de alguns profissionais de imprensa que buscam destacar-se utilizando o sensacionalismo e a montagem de algumas matérias. Para tanto esclarecemos alguns fatos relevantes e trazemos informações até agora não abordadas de forma clara e consistente.
Quanto à pauta de reivindicações, onde o governo alardeia já ter contemplado três dos quatro itens, esclarecemos estas mentiras:
- Item 1: Suspensão de medidas... de impacto financeiro... desfavoráveis...:
Esclarecemos: Após 15 dias de suspensão da greve a pedido da Secretaria de Saúde, o governo não apresentou nenhuma proposta. Logo o ítem 1 da pauta não foi atendido.
- Ítem 2: Concessão de Gratificação por Atividades de Saúde (GAS).
O governo diz não ter dinheiro. Então como se explica que a Secretaria da Fazenda receba gratificações que em média chegam a R$ 7 mil?
Será que é porque a Fazenda arrecada para o governo? E os servidores da Saúde que salvam vidas, não têm o mesmo direito?
Como se explica que a Fazenda receba “retribuição por esforço”?
Os profissionais da Saúde também não têm direito a “retribuição” pelo esforço de salvar vidas?
Porque o triênio da Fazenda é de 6% e da Saúde 3%?
Perguntamos: Será que o governo só prioriza a arrecadação financeira em detrimento da vida das pessoas? E não foi o governo Colombo que no período pré-eleitoral disse: No meu governo a saúde será prioridade?
Será que este governo e seus assessores sofrem da SÍNDROME DE PINÓQUIO?
Logo senhores jornalistas, o ítem 2 da pauta também não foi atendido!
- Ítem 3: O governo deverá manter... reposição de pessoal...
A saúde estadual continua com defasagem de pessoal na ordem de aproximadamente dois mil e quinhentos servidores. Só para exemplificar: O Hospital Infantil Joana de Gusmão continua com oitenta leitos fechados e há outros tantos faltando em outras unidades.
Das sete salas do Centro Cirúrgico do Hospital Regional, três estão fechadas (uma delas virou depósito).
Logo: O ítem 3 também não foi cumprido.
- Ítem 4: O governo deverá fazer reposição da falta de materiais e medicamentos...
Ainda faltam inúmeros remédios, vários equipamentos estão quebrados, e vários procedimentos médicos deixam de ser realizados por falta de condições mínimas.
Logo o ítem 4 também não foi cumprido. Ou seja, senhores jornalistas/repórteres: O governo estadual por meio da SES divulga na imprensa inúmeras mentiras, manipula dados e informações, tenta se passar por “bom gestor”, mas a verdade é que descumpre as leis e suas obrigações de maneira vergonhosa.
QUESTÕES MUITO IMPORTANTES
O governo diz que o sindicato acrescentou ítens na pauta que não existiam. Mas não fala que a SES, após nada apresentar, vem agora querer aumentar a carga horária para 42 horas, descumprindo a lei 323/2006 que garante 30 horas semanais. Ou seja, a continuidade da escravidão!
Portanto senhores o pleito dos servidores não significa; “querer ganhar mais sem trabalhar”, como o governo afirma. Mas tão somente ter uma jornada justa e salário digno para melhor prestar atendimento e com isso evitar casos de conhecimento dos senhores como:
- Injeção de café na veia;
- Injeção de sopa na veia;
- Injeção de vaselina na veia, ao invés de soro;
Ou seja, o próprio governo do Estado quer descumprir a lei 323/2006.
Pergunta importante: Porque ninguém questiona o fato dos médicos fazerem 20 horas semanais (jornada justa e adequada para se prestar um bom atendimento). Por que o Estado gasta 25% da folha de pagamento só com os médicos e a imprensa não diz nada? Mesmo com diversas denúncias já divulgadas na mídia sobre médicos que batem ponto nos hospitais públicos e não cumprem os horários.
Será que tem a ver com o fato do Sr. Secretário de Estado da Saúde também ser médico?
Por que a SES não se manifesta sobre os profissionais que recebem SOBREAVISO sem trabalhar? Sobre setores que não tem razão de ter sobreaviso, mas recebem mesmo assim? Sobre pintor receber sobreaviso? Sobre quem arquitetou a “farra do sobreaviso”?
Por que a SES nunca apresentou essas denúncias ao Ministério Público?
- Por que vários pacientes ficam internados por vários dias/meses aguardando por cirurgias e ninguém diz nada? Porém quando é deflagrada uma greve alguns Drs. alegam que não fazem cirurgia em função da “paralisação da enfermagem”; “greve”, ex:
Paciente internou no Instituto de Cardiologia em 24/09/2012 com indicação cirúrgica. O procedimento foi cancelado em 23/10/2012 sob a alegação de “paralisação da enfermagem”. Pergunta-se:
- Por que pacientes esperam por dias infindáveis para fazer cirurgia? Porque a SES não questiona isto? Porque isto não é levado ao Poder Judiciário?
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
- O relatório de contas da Secretaria de Saúde em 2011 foi rejeitado pelo Conselho Estadual de Saúde;
- Em 2011 o Estado não cumpriu sua obrigação legal de investir 12% em Saúde. O Estado aplicou apenas 9,47% o que significou um prejuízo para a Saúde de mais de 160 milhões de reais.
- Em 2012 o Estado teve um aumento de arrecadação de R$ 653,3 milhões. Desse valor quanto será investido em Saúde 100% pública, é uma incógnita!
- A SES contratou uma empresa ao custo de R$ 420 mil para fazer uma suposta auditoria no Hospital Regional de São José, que resultou numa grande confusão.
É preciso dizer que esta empresa (CONSAÚDE) é representada por uma pessoa ligada a outra empresa investigada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte; investigações estas (operação Asepsia) que resultaram na prisão de autoridades da Saúde de uma cidade daquele Estado por fraudes comprovadas contra as finanças da Saúde (o SindSaúde tem cópias desse documento).
Vale ressaltar que mesmo havendo provas da INIDONEIDADE desta empresa a SES firmou contrato, contrariando o principio da transparência.
A SES “não sabia” disso? Ou está escondendo alguma coisa?
PARA A IMPRENSA:
Os senhores jornalistas deviam focar sua atenção também num outro aspecto: Por que os Postos de Saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) não funcionam? Por que os atendimentos só são agendados para em média dois anos após a procura. Há que se ressaltar, se as UPAs e Postos de Saúde funcionassem, as emergências dos hospitais também funcionariam.
Questionem, pois, o que as prefeituras têm feito!
Durante a greve vários pacientes manifestaram/manifestam para os jornalistas/repórteres (durante a entrevista com um diretor do SindSaúde) a vontade de serem entrevistados e declararem apoio à greve, por conta do excelente atendimento que tiveram (mesmo nas atuais condições precárias).
Há também colados em murais dos hospitais inúmeros bilhetes/cartas deixadas por pacientes, agradecendo pelo excelente atendimento que tiveram. Os senhores jornalistas têm interesse em conhecer isto?
No entanto estes mesmos jornalistas que denigrem a imagem do servidor se negam a publicar a outra versão, alguns descaradamente dizem: “Vou me pautar pela autoridade legitimamente constituída”, ou seja, o Sr. Secretário de saúde. Além do que, já ouvimos confissões “sigilosas” de repórteres que dizem:
- Não tenho autorização para publicar isto!
- “Sou obrigado a apresentar um “furo” mesmo que forjado”!
- Eu sou pago para fazer a matéria, mas quem decide o que vai ao ar é o meu diretor!
Afinal, o jornalismo não deveria seguir um código de ética? Só podem publicar o que interessa para o governo? A verdade não interessa?
Salvo algumas exceções temos sido vitimas da voracidade pelo sensacionalismo e audiência. Apelamos, pois para o RESPEITO AO CÓDIGO DE ÉTICA dos jornalistas para resolver este impasse, já que em nenhum momento nos furtamos de sentar à mesa com o governo em busca de uma saída plausível.
Finalmente lembramos que nossas bases estão fazendo levantamento de inúmeras irregularidades nas unidades de saúde do Estado e certamente muitas coisas passíveis de penalidades legais virão à tona. Caso a imprensa tenha interesse em ter acesso a esses materiais, favor entrar em contato com o SindSaúde. Até porque sugerimos uma AUDITORIA TOTAL E IRRESTRITA, COM CONTROLE EXTERNO EM TODO O SISTEMA DE SAÚDE DE SANTA CATARINA para apurar e punir gestores responsáveis pelo desvio de (muito) dinheiro da Saúde catarinense.
Eis ai, aliás, outra questão que os senhores jornalistas poderiam propor para o Secretário de Saúde e até para o Sr. Governador: Fazer uma auditoria total e irrestrita, com controle social externo (Conselho Estadual de Saúde, Tribunal de Contas, Ministério Público, Policia Federal...) na Secretaria de Saúde.
Atenciosamente
SINDSAÚDE
DIREÇÃO DE IMPRENSA
terça-feira, 6 de novembro de 2012
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